sábado, 13 de julho de 2013

UM DIRETOR QUE MARCOU A ARBITRAGEM BRASILEIRA

Estou fazendo justiça a uma pessoa que foi muito importante para arbitragem brasileira e contrariando o velho chavão do futebol que diz: “Time que está vencendo não se mexe”, a CBHb mudou e retirou o Prof. Sálvio Sedrez do cargo de diretor de arbitragem.
Estou no handebol desde o seu inicio em Pernambuco (1970), fui árbitro durante varias décadas, conheci todos que passaram pelo cargo de diretor da arbitragem nacional, e sem nenhuma dúvida Sálvio Sedrez foi o diretor mais correto, mais justo e coerente! Foi tão bom que nem um chato como eu conseguiu reclamar dele, pelo contrário, tenho que elogiar a sua postura, pois tudo o que ele prometeu e anunciou foi cumprido em 100%. A arbitragem de Pernambuco cresceu muito com seu trabalho, pois ele motivou a todos integrantes do quadro nacional e aos demais capacitou para que ingressassem no quadro nacional, por tudo dito e o que não foi dito resolvi fazer uma entrevista como maneira de homenageá-lo
Blogger – Quando começou sua carreira de árbitro?
Sálvio Sedrez – Lá pelos anos 1977/1978 com 11/12 anos, eu treinava handebol com o professor Armando Gonçalves (Índio) e já ficava para o treino das meninas para apitar o coletivo. Entrei para a Federação Catarinense em 1984.
Blogger – Quando ingressou no quadro nacional?
Sálvio Sedrez – Ingressei com meu primeiro curso para Nacional “C” em 1993, depois em 1996 fiz curso para Nacional “B” e em 1997 para Nacional “A”.
Blogger – Fale do seu ingresso no quadro internacional, Como aconteceu, o que mudou, e qual a importância na sua vida?
Sálvio Sedrez – Em 2000 fiz o curso para a IHF. Foram tempos difíceis, não havia Internet e a gente (meu parceiro Fabiano Pereira e eu) não tínhamos informação como os Europeus tinham. A gente lia as Regras de cabo a rabo e “decorava” até os números das Regras. Eu cheguei a gravar as Regras inteiras numa fita K7 para escutar num “walk-man” no ônibus que nos levou ao Rio de Janeiro para o Pré-curso. Sim, naquela época, havia um “pré-curso” para escolher os representantes brasileiros. Duas duplas foram escolhidas e nosso diferencial foi que falávamos Inglês e isso foi bem na época que o inglês passou a ser a língua oficial da IHF. Após nos graduarmos, nós queríamos apitar “todas” e fomos derrubando preconceito atrás de preconceito para conquistar nosso espaço. Comecei a fazer as traduções das Regras para a CBHb e logo após escrever um livro sobre Arbitragem, veio o convite para a Direção do Quadro de arbitragem da CBHb e ano passado, culminou com a escolha do meu nome para a Presidência da Comissão de Regras da PATHF, o que me garante uma cadeira entre os oito membros que elaboram e melhoram as Regras da IHF que são usadas por todos. Eu sempre reconheço que nada disso teria acontecido comigo sem a ajuda da CBHb, dos diretores que reconheceram em mim uma boa aposta (Jonas Pedrosa, Willian Felipe e Vítor Martinez por parte da CBHb e Ulisses Fernandes pela FCHb). À todos eles, meu sincero obrigado!
Blogger – O que você deixou de realizar no comando da arbitragem nacional, e que se voltasse a comandar o faria?
Sálvio Sedrez – Na verdade, eu abri um caminho para a profissionalização do quadro e com mais tempo, eu acho que poderia ter implementado alguma coisa nesse sentido. O meu azar foi pegar quatro anos sem patrocínio forte. Antes era a Petrobrás e agora os Correios, mas bem na minha época, não teve um grande patrocinador. Com relação aos Diretores que já passaram pelo cargo, acho que todos eles de uma forma ou outra contribuíram para termos o quadro de árbitros que temos hoje.
Blogger – Você recebeu muitos pedidos de escalações de árbitros por parte dos presidentes de federações, isso é notório, sua saída da direção tem haver com esses pedidos não atendidos, pois os solicitados não estavam dentro dos padrões estabelecidos por Você ?
Sálvio Sedrez – Veja bem, é comum e até normal os Presidentes pedirem para que eu veja um determinado árbitro ou convoque alguém de seu estado para uma competição, mas eu nunca fui “pressionado” ou “forçado” por algum deles, pelo contrário, minha relação com todos foi sempre muito respeitosa e no maior nível profissional. Tive divergência de opinião apenas com um presidente, mas sem maiores consequências. O que houve, na verdade, é que seria um acúmulo muito grande eu permanecer nas duas funções (Brasil e Pan América) e o resultado poderia ser uma queda nos padrões estabelecidos por mim. A indicação do novo Diretor (Ésilo de Mello) foi feita por mim e prontamente aceita pelo Presidente da CBHb Sr. Manoel Oliveira. Por sinal, o novo Diretor está fazendo um ótimo trabalho a frente da Diretoria de Arbitragem e estamos sempre em contato, nos ajudando mutualmente.
Blogger – Você ao longo do período em que comandou a arbitragem nacional, colecionou mais amigos, mais falsos amigos ou inimigos?
Sálvio Sedrez – Acredito que foram muito mais amigos. Falsos amigos eu não diria, pois há sempre um jogo de interesses, não poderia ser diferente e finalmente “inimigos” é uma palavra muito forte, eu diria que houve pessoas que não concordaram com o ritmo que eu imprimi.
Blogger – Qual o seu contato com os árbitros que foram seus comandados?
Sálvio Sedrez – Eu ainda sou o Presidente da ABAHAND (Associação Brasileira de Árbitros de Handebol) a qual eu ajudei a fundar. Estou trabalhando para que tenhamos um seguro de viagem para todos os árbitros do Brasil, coisa que não demorará muito para acontecer.
Blogger – Gostaria de sua opinião sobre esse blogger, dentro dos padrões de sinceridade que são características Sálvio Sedrez?
Sálvio Sedrez – Em minha modesta opinião, um blogger tem que ser independente, mas averiguar a veracidade da fonte de informação. Necessita ter opinião própria, sem desrespeitar os que têm opinião contrária e acima de tudo, não comprar briga sem causa, é isso que eu espero deste blogger.
Obrigado Sálvio Sedrez o handebol agradece



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